quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O Encontro com a Morte


Ao longo da vida a gente acha que ter o encontro com a morte será somente quando nossos dias terrenos chegarem ao fim, mas não é sempre assim. Este encontro ele ocorre quando por razões da vida que nós simples mortais desconhecemos os motivos perdemos pessoas importantes.

A nossa visão de morte sempre foi a de término de tudo pelo menos para mim na infância o assunto morrer significava deixar de existir para sempre. Como podemos crer que após tantas batalhas, lutas, sofrimentos, conquistas e vitórias aqui enquanto seres vivos que quando a nossa carne não mais agüentar o percurso da jornada ou por fatalidades nos desligarmos dessa vida e das pessoas que amamos nossa essência se perderá no todo? Eu não admitia essa hipótese mesmo que me dissessem que esse seria o meu fim como parte de um todo.

O meu encontro com a morte durou longos anos e me ensinou muito mais sobre a vida, me mostrou a beleza que há por traz da dor. Toda dor nos ensina sobre nós, pois olhamos muito mais pra dentro começamos a conhecer pontos que antes não dávamos a devida atenção enquanto a dor não existia.

Durante anos percorri caminhos para entender processos, reconhecer sentimentos que vinham do fundo da alma pedindo atenção ao mesmo tempo em que meu corpo pedia apenas o descanso momentâneo daquele turbilhão de sentimentos que vinham para a superfície corpórea.

A morte ela não existe o que há é uma transição de um estado para outro, um processo natural da vida de cada ser humano que busca sua evolução enquanto viventes no orbe terrestre.

Nós encontramos, desencontramos e reencontramos pessoas ao longo da vida e com cada uma aprendemos aquilo que nos ajudará a seguir nossa caminhada rumo a evolução. Cada ser que entra em nossa vida deixa algo de si e leva algo de nós para sempre. Porém chega um dia em que a separação se faz mister para todos, não importa qual seja faz parte da vida o Adeus e quando isso ocorre pela morte do corpo material inevitavelmente a dor se instala e com ela uma longa jornada se inicia.

Achamos que perdemos quem amamos, mas o que acontece é um breve distanciamento, pois cada uma estará na faixa vibratória que condiz com seu estado evolutivo. A vida ela é mais que os nossos sentidos carnais podem perceber e nos cabe simplesmente deixar que o nosso sentir possa se expandir para além dos sentidos que conhecemos e começar a perceber que somos mais que nosso olhos terrenos podem enxergar. Assim como os encontros, desencontros e reencontros aconteceram no momento presente enquanto carne a certeza que após será da mesma maneira.

2 comentários:

*por p. disse...

eu tive pouco contato com a morte em si na minha vida. perdi poucas pessoas, propriamente dito. mas tive muitos encontros com a morte de sentimentos, de esperanças, de desejos, alegrias, sorrisos e até mesmo lágrimas. passei muito tempo sem chorar, na verdade me negava a fazer isso, pois para mim chorar era uma fraqueza da qual eu não queria me permitir. hoje eu choro, e as vezes até por qualquer coisa. não é fraqueza, é uma sensibilidade que fui adquirindo ao longo do tempo com a rudeza imposta por mim mesmo. sou frágil agora, frágil demais para suportar qualquer perda significativa. as vezes penso que estou beirando a loucura, outras vezes penso apenas que estou aprendendo a sentir mais intensamente. eu não sei. mas também estou aprendendo a lidar com saudade, com amor, com felicidade. estou reaprendendo a sorrir de forma real e limpa. não finjo mais. o auto conhecimento é o mais seguro sentimento que a gente pode ter nessas horas. e saber lidar com a morte em seus diversos significados é mais do que importante, é vital. só assim a gente não morre por dentro, e sim, só quando chega a hora.


belissímos textos. intensos.

Meu destino é o caminho disse...

Muito Bom parabéns e muito obrigado pelo belo texto. Um grande beijo e continue escrevendo,pois isso nos faz muito bem...... Um grande beijo do Gui...